Raízes de Peniche
O gosto pela escrita,dando asas à imaginação, criou em Peniche,uma raiz vinda do mar.
terça-feira, 28 de abril de 2015
segunda-feira, 21 de maio de 2012
domingo, 1 de abril de 2012
RIO INFINITO
Rio Infinito
A Montanha sonhou com um Rio.
Que corria no Universo.
Este saciava a sede à clemência.
Lavava a alma à perversidade.
Elevava o espírito à indiferença!
A Montanha embevecida,
criou uma Gota de água.
Uma, outra e mais outra...
Aos poucos, era uma Nascente!
Desceu pela sua encosta.
Guiou-a em forte corrente.
Escorreu-a em cascata.
Formou um Lago transparente!
A perversidade escorraçou-o.
Maculou-o, na sua nobreza.
Previu a sua romagem.
Forçou a sua fraqueza.
Mas não aumentou a sua margem.
A Nascente voltou a jorrar.
Para o Lago, continuou a fluir.
Purificou o limo da represa.
Ansioso por se libertar.
Em Rio ousou distinguir-se.
Abriu leitos nas florestas.
Viajou nas areias desertas.
Tinha uma missão a cumprir.
Liberto de dor ou mágoa.
Nos Oceanos foi confluir.
E pelo Universo...
Dá de beber...
A sua água!
Raízes M/Peniche.
A Montanha sonhou com um Rio.
Que corria no Universo.
Este saciava a sede à clemência.
Lavava a alma à perversidade.
Elevava o espírito à indiferença!
A Montanha embevecida,
criou uma Gota de água.
Uma, outra e mais outra...
Aos poucos, era uma Nascente!
Desceu pela sua encosta.
Guiou-a em forte corrente.
Escorreu-a em cascata.
Formou um Lago transparente!
A perversidade escorraçou-o.
Maculou-o, na sua nobreza.
Previu a sua romagem.
Forçou a sua fraqueza.
Mas não aumentou a sua margem.
A Nascente voltou a jorrar.
Para o Lago, continuou a fluir.
Purificou o limo da represa.
Ansioso por se libertar.
Em Rio ousou distinguir-se.
Abriu leitos nas florestas.
Viajou nas areias desertas.
Tinha uma missão a cumprir.
Liberto de dor ou mágoa.
Nos Oceanos foi confluir.
E pelo Universo...
Dá de beber...
A sua água!
Raízes M/Peniche.
domingo, 15 de janeiro de 2012
SEMPRE LONGE…
Passas longe,
Sempre ao largo,
Caminhando sem me veres.
…serás a sombra, a neblina,
Ou fumo, que eu não agarre?!
Julgas-me imune ao sofrimento,
Alheia ao dom da vida,
Coisa morta, ou transparente!
Desvias-te de mim,
Sem olhares a minha dor…
Foges sem piedade!
Escuta a minha prece.
Preciso de ti…
Oh! Felicidade!
Conchita
domingo, 8 de janeiro de 2012
GAIVOTA
GAIVOTA
Pudera, eu voar, na asa daquela gaivota.
Balançar no lavrado da onda.
Escutar os segredos da vaga.
Sulcar mil mares à volta...
Leva-me gaivota, leva-me…
Leva-me na tua asa!
Pudera, eu voar, na asa daquela gaivota.
Balançar no lavrado da onda.
Escutar os segredos da vaga.
Sulcar mil mares à volta...
Leva-me gaivota, leva-me…
Leva-me na tua asa!
Leva-me a ouvir os cânticos das Sereias,
que encantam o homem.
Colher a espuma das ondas,
que o mar consome.
que encantam o homem.
Colher a espuma das ondas,
que o mar consome.
Leva-me gaivota, leva-me...
Raízes M / Peniche
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
CHARNECA
Tudo o que temos no passado. É a lição para o futuro.
Manoel de Oliveira
Estávamos no Natal de 1955 e havia presépios em algumas casas. O frio fazia-se sentir e as crianças ansiavam pelas prendas que iriam receber na noite mais comprida do ano.
Meus pais tinham uma taberna e uma carvoaria: o carvão era o combustível mais usado e mais barato na época. A carvoaria estava instalada na metade de um barracão, a outra metade tinha apetrechos agrícolas, ferramentas, comida para os animais de criação que viviam em capoeiras.
Minha mãe tinha muito trabalho e meu pai para a aliviar contratou um empregado (um criado, na altura) para a carvoaria e para tratar dos animais. Chamava-se Charneca, alcunha que lhe deram quando esteve doente em criança. Era um homem de trinta e poucos anos, altura média, seco e careca. Usava uma boina já sem cor, enterrada na cabeça, que nunca tirava. Tinha traços grosseiros, Mas um rosto muito expressivo.
Quando o meu pai falou com ele para o contratar, perguntou-lhe se era sério porque ia trabalhar com dinheiro. Ele respondeu.
- Sou…Sou filho da Fiela, sou fiel e trabalhador.
Foi viver para uma parte da carvoaria e lá comia e vivia feliz porque tinha trabalho. Por ser franzino não lhe davam trabalho, mas ele precisava de dinheiro para o tabaco, como ele dizia.
O Charneca conquistou-nos a todos com a sua alegria, boa disposição e seriedade.
Uma vez perguntei-lhe:
- Charneca, porque és tão alegre?
Ele respondeu-me:
- Porque estive muito doente e venci a doença, dou valor à vida.
Chegou então a véspera de Natal. Meu pai e meu irmão tinham trazido lenha para aquecer a casa e a minha mãe e irmã andavam num corrupio com os afazeres para a ceia, quando me chamaram:
- Margarida, vai pôr a mesa e põe mais um lugar, hoje somos seis.
- Mãe, é o Charneca que janta connosco?
- Sim…
Fiz o que me disseram e fui logo dizer ao Charneca:
- Charneca, hoje…jantas connosco! É a noite do nascimento de Jesus e se calhar até tens uma prenda…
- Prenda, eu…nunca tive nenhuma.
- Quando eras criança não te davam prendas no Natal?
- Não, nem a mim, nem às crianças do meu bairro, até a comida era pouca…quanto mais prendas…
- Então, estás contente, por passares a noite connosco?
- Sim, estou…vai ser a minha feliz ceia de Natal.
Preparávamos para ir para a mesa, quando o Charneca tirou a boina e o seu rosto resplandecia de felicidade. Foi uma noite de muita paz, de ternura e de comunhão entre todos.
Jesus sorriu.
Um conto de Esteline
Natal 2011
domingo, 1 de janeiro de 2012
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